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A mostrar mensagens de abril, 2024

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 6

Entrevista da KO ao Alavanca: KO - Que lições vocês retiram dos últimos 50 anos desde o 25 de Abril não apenas para Portugal,  mas também para o movimento comunista internacional? Qual é hoje a principal tarefa dos  comunistas em Portugal e no mundo? Alavanca - A principal tarefa para os comunistas em Portugal e no mundo é hoje e deveria ter sido desde há mais de um século a Revolução Socialista. A Revolução Socialista não é possível sem um Partido Comunista revolucionário, que tem de ser a vanguarda revolucionária que lidera o proletariado para tomar o poder. Para existir um Partido Comunista Revolucionário tem de haver uma estratégia revolucionária, que hoje deve estar inserida no esforço de uma estratégia revolucionária unificada internacional dentro do pólo leninista do movimento comunista internacional. É fundamental desenvolver o pólo leninista do movimento comunista internacional no sentido de criar novamente uma Internacional Comunista. E estas bases estratégicas só são possíve

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 5

Entrevista da KO ao Alavanca: KO - Como está organizado o movimento comunista em Portugal hoje, após 50 anos? Como se  desenvolveu o PCP em particular? Que lições foram tiradas pelo Partido do fracasso do 25 de  Abril? Alavanca - O PCP deixou de ser um partido comunista há muitos anos. O momento decisivo de abandono do marxismo-leninismo foi no terreno ideológico-estratégico com a adopção do programa da "Democracia avançada" em 1988, um programa euro-comunista copiado de um manifesto de 1968 do PCF com o mesmo nome. Após a Democracia Avançada o PCP entrou numa fase de disputas internas mais abertas ou mais encobertas que teve como última oportunidade de viragem à esquerda a crise de 2001/2002. Como era previsível a estratégia revisionista com o tempo tornou-se táctica revisionista e isso levou o PCP a tornar-se um aliado subalterno do PS em 2015, quer dizer, um aliado dos governos burgueses social-democratas. Qualquer tipo de revolução (mesmo não sendo socialista) foi abandon

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 4

Entrevista da KO ao Alavanca: KO - Portugal foi um império colonial cruel até à queda do fascismo. Qual foi a importância das  colônias para o capital português e para as relações sociais no próprio país? Qual foi a relação entre os movimentos de libertação em Angola, Moçambique, Guiné-Bisseau e Cabo Verde e o  movimento antifascista em Portugal?  Alavanca - Naturalmente, não é por acaso que o Estado fascista português dedicou 13 anos a uma guerra para manter o seu domínio sobre as colónias africanas e acabou por ser derrubado pelo seu exército por causa desta guerra. As colónias em África eram a peça chave da economia dominada por uma série de monopólios capitalistas que sustentavam o regime capitalista que era o Estado fascista português. A economia fascista portuguesa estava estruturada para saquear os recursos naturais das colónias e transformar Portugal em um centro industrial que aproveitava para tirar o máximo lucro deste processo económico. Pode-se dizer que saquear as colónias

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 3

Entrevista da KO ao Alavanca: KO - No PREC, o Partido Socialista (PS) acabou prevalecendo, e não os comunistas. Esse partido foi  amplamente criado pelo SPD, Partido Social-Democrata alemão sob o comando de Willy Brandt;  até mesmo a conferência de fundação do partido, em 1973, foi realizada no exílio na Alemanha.  Qual foi o papel da social-democracia antes, durante e depois do 25 de abril?  Alavanca - O Partido Socialista (PS) sempre defendeu o capitalismo desde a sua fundação, sempre foi uma força burguesa e sempre foi a principal das forças contra-revolucionárias. Já durante o breve tempo em que o PS (e o seu embrião anterior liderado por Mário Soares) actuou no tempo do fascismo o seu carácter era burguês e contra-revolucionário mas foi durante o PREC, na transição para a democracia burguesa, e durante o desenvolvimento do regime democrático-burguês, desde então, que o PS se tornou o chefe de todas as forças contra-revolucionárias (chefiando tudo desde oportunistas e liberais a fa

Sobre o imperialismo – a pirâmide imperialista (parte 4)

De Aleka Papariga, ex-Secretária Geral do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE) Sobre a posição da Grécia no sistema imperialista Quem fala em subordinação e ocupação não reconhece a exportação de capital da Grécia (característica do capitalismo na fase imperialista) que era significativa antes da crise e continua inabalável em condições de crise. A exportação de capitais é realizada para investimentos produtivos noutros países e, claro, em bancos europeus até que se formem as condições para que eles voltem a entrar no processo de garantir o máximo de lucro possível. Eles veem escassez de capital em vez de sobre-acumulação. Eles não vêem o problema da sobre-acumulação porque então serão forçados a admitir o carácter da crise económica capitalista, o que faria ir pelos ares a sua proposta política pró-monopolista. Os partidos burgueses, assim como os oportunistas, apesar das diferenças parciais entre eles, defendem a protecção da competitividade dos monopólios internos que inevitavelm

Sobre o imperialismo – a pirâmide imperialista (parte 3)

De Aleka Papariga, ex-Secretária Geral do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE) Invocação do patriotismo para justificar a estratégia da burguesia de retirar o máximo partido possível da nova distribuição em condições de implacável rivalidade imperialista Os oportunistas e os partidos nacionalistas na Grécia clamam que a burguesia, o Estado grego e os partidos burgueses não são patriotas, mas traidores. Na realidade, a burguesia do nosso país, assim como os seus partidos, estão bem cientes de que, mesmo em condições de desigualdade, é preferível aderir a uma união imperialista, porque é a única maneira de reivindicar uma parte dos despojos e esperar ter apoio político-militar externo se o sistema começar a tremer e, se a luta de classes se intensificar, impedir e esmagar o movimento com a ajuda dos mecanismos militares da União Europeia e da NATO. O patriotismo da burguesia identifica-se com a defesa do sistema capitalista apodrecido. Em condições em que as contradições inter-imperia

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 2

Entrevista da KO ao Alavanca: KO - Como vocês avaliam o perigo que a vitória sobre o fascismo em Portugal representou para o  imperialismo na Europa e no mundo? Como os países líderes do imperialismo lidaram com a  situação? Alavanca - A vitória sobre o fascismo em Portugal deu-se num processo muito rápido de agudização das contradições de classe e de ascenso da luta de classes que colocou a luta pelo poder entre capitalismo e socialismo, num contexto muito favorável ao socialismo e à revolução socialista. Espanha e Grécia estavam numa situação semelhante a Portugal com regimes fascistas desgastados e prestes a ser derrubados mas o Partido Comunista de Espanha (PCE) estava já bastante degrado pelo "euro-comunismo" e o Partido Comunista da Grécia (KKE) ainda não tinha superado o seu etapismo. O impacto do PREC foi importante sobretudo em Espanha mas se tivesse havido pelo menos tentativa de tomada do poder por uma revolução socialista liderada pelo PCP e UDP seria muito prováv

A KO entrevista o Movimento Alavanca sobre o PREC - parte 1

Introdução e perguntas da KO (Organização Comunista da Alemanha). 50 anos da queda do fascismo em Portugal. Que lições podemos aprender para a atualidade?  Entrevista com o movimento marxista-leninista "Alavanca" de Portugal. Já se passaram 50 anos desde a chamada Revolução dos Cravos em Portugal. O fascismo foi derrubado, mas, em última análise, não o regime burguês como tal. Nesta entrevista com o movimento marxista-leninista "Alavanca", de Portugal, pretendemos fornecer informações sobre o significado e o desenvolvimento dos eventos de 25 de abril de 1974. Queremos explorar as questões de porque a queda do fascismo não pôde ser transformada em uma revolução proletária, de qual estratégia os comunistas seguiram e de quais lições precisam de ser aprendidas hoje a partir dessa experiência em Portugal e no mundo todo. Entrevista da KO ao Alavanca: KO - Por favor, comecem por delinear mais uma vez para os nossos leitores as causas e os principais  desenvolvimentos do

Sobre o imperialismo – a pirâmide imperialista (parte 2)

De Aleka Papariga, ex-Secretária Geral do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE)  O oportunismo justifica sua trajetória descendente interpretando de modo arbitrário citações de Marx e Lenine Devido à existência e actividade do KKE, e principalmente por causa das suas tácticas aventureiras, eles aparecem como substitutos do movimento comunista, invocam fragmentos de Lenine, e mesmo de Marx e Engels para acusar o nosso Partido de ter abandonado o socialismo científico. Hoje é absolutamente necessário recordar alguns elementos básicos do conceito leninista de imperialismo que foram confirmados, bem como destacar os desenvolvimentos que se estão a acelerar e a tornar ainda mais imperativo do que antes identificar a luta anti-imperialista com a luta anti-capitalista. A resposta ao capitalismo não é, entre outras coisas, o retorno impossível à época do capitalismo da livre concorrência, das empresas capitalistas dispersas, mas a necessidade e a validade do socialismo, a aquisição de prepar

Sobre o imperialismo – a pirâmide imperialista (parte 1)

Artigo de 31 de Março de 2013 para El Machete, Revista de teoria e política do Partido Comunista do México De Aleka Papariga, ex-Secretária Geral do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE) Nos dias 11 e 14 de abril de 2013, realizar-se-á o 19º Congresso do KKE, cujo tema básico, para além do relatório das atividades e tarefas até ao próximo 20º Congresso, é a elaboração do Programa do Partido e dos seus Estatutos. Uma das questões levantadas pelo oportunismo contra o Partido é a nossa avaliação (que aliás não é nova, uma vez que é mencionada no actual Programa e foi elaborada no 15º Congresso, em 1996) de que o capitalismo grego está na fase imperialista de desenvolvimento e que ocupa uma posição intermédia no sistema imperialista internacional com uma forte dependência dos EUA e da União Europeia. Atacam a posição de que a luta pela defesa das fronteiras, dos direitos soberanos da Grécia, do ponto de vista da classe trabalhadora e dos setores populares, está intrinsecamente ligada à l