Declaração do Alavanca face às eleições europeias de 2024 em Portugal
O problema do fenómeno do partido fascista Chega não pode ser parado por governos do PS e do PSD que causam o legítimo descontentamento da população onde o Chega infelizmente vai buscar os votos, e são esses governos os únicos que todos os partidos existentes defendem como alternativa ao Chega - especialmente o PCP e Bloco de Esquerda e forças da geringonça. Enquanto este descontentamento de quem está cansado de inflação, precariedade, pobreza, destruição de serviços públicos, etc não tiver um partido que o defenda de forma revolucionária e que lute contra este regime capitalista, o Chega tem terreno fértil.
Nós lembramos que o fenómeno do crescimento da extrema-direita na União Europeia é generalizado e sobretudo é especialmente forte em países maiores e mais poderosos como Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica e Polónia e inclusivamente está muito forte na mitológica região da social-democracia nórdica (Suécia e Finlândia). O mesmo acontece por todo o mundo, desde os Estados Unidos à América Latina, à Ásia, especialmente em Israel e também em ambos os lados da guerra na Ucrânia. Os regimes capitalistas, as democracias burguesas, não são nem podem ser alternativa às forças fascistas. Vivemos um tempo de repressão especialmente brutal na Europa contra movimentos de solidariedade com a Palestina que são ilegalizados por lutar contra o Estado de Israel, o que é considerado anti-semitismo (mesmo judeus são considerados "anti-semitas"), mas por outro lado forças abertamente nazis e assumidamente anti-judaicas têm até enorme expressão eleitoral na Europa. O caso da Palestina, sobre a reacção de vários Estados e forças ao genocídio em Gaza, mostra na União Europeia e no mundo que não existe qualquer diferença entre o alegado anti-fascismo dos partidos burgueses e os partidos fascistas e de extrema-direita em todas as questões importantes da política nacional e internacional.
Em Portugal o partido fascista Chega é visto como o partido do protesto porque o Bloco de Esquerda e sobretudo o PCP, hegemónico nos sindicatos, se assumiram como partidos do regime burguês, meros vassalos do PS, e abandonaram o papel de protesto que tinham no passado. O PCP e a defunta UDP que se dissolveu dentro do Bloco de Esquerda abandonaram há décadas qualquer espécie de estratégia que inclua uma revolução tendo em vista o socialismo e o derrube do capitalismo. O PCP há muitos anos que deixou de ser um partido comunista. Nós precisamos de criar de novo um verdadeiro partido comunista revolucionário em Portugal, esta é a única esperança para a classe operária e todos os trabalhadores, para as massas exploradas pelo capitalismo.
Por isso o Alavanca declara como em eleições anteriores o apelo ao voto nulo. Com a foice e o martelo, com Stalin, por um novo e verdadeiro partido comunista revolucionário em Portugal!
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