Introdução à crítica a FMR e à sua corrente ideológica
Nós achamos natural que muitos comunistas honestos - e temos encontrado alguns casos desses ultimamente - julguem positivamente Francisco Martins Rodrigues, numa leitura inicial do seu livro "Anti-Dimitrov", por ignorância e desconhecimento das verdadeiras ideias políticas e ideológicas deste ideólogo que deixou não apenas escritos das suas ideias mas também realmente uma corrente ideológica que ele próprio estruturou em vida e que continua a existir até hoje (em vários grupos políticos que existem em Portugal). E porque acreditamos que a apologia infundada e a ausência de crítica a Francisco Martins Rodrigues (FMR) vem da ignorância das suas ideias achamos melhor começar a nossa crítica anotando citações essenciais do seu pensamento (nos seus artigos essencialmente da revista Política Operária de 1985 em diante) que se pode resumir pelas suas próprias palavras a um "anti-stalinismo de esquerda". Estas citações podem ser exaustivas e por vezes repetitivas com o objectivo de confirmar que não estamos a descontextualizar ideias mas sim a sublinhar ideias sistematicamente defendidas por FMR.
Mas é claro que a nossa crítica só pode ser entendida por comunistas honestos, isto é por marxistas-leninistas. E portanto os pressupostos iniciais para entender as nossas críticas a FMR são que não aceitamos a rejeição total que faz FMR de toda a história do movimento comunista internacional desde a Revolução Russa em diante, o que é toda a história do movimento comunista em si. Isto inclui a rejeição de FMR da história da Internacional Comunista e dos países socialistas a começar pela União Soviética. Nós entendemos que o anti-stalinismo, diga-se de esquerda ou de direita, é sempre um caminho para o anti-leninismo. E de facto FMR quando diz que defende o leninismo encontra supostos erros em Lenine que equivalem a reduzir o leninismo a uma carapaça vazia que mantém uma definição vazia de imperialismo (aceitável até para forças burguesas hoje em dia) e reduz o papel da revolução russa a uma tentativa ingénua mas paternalisticamente defendida por FMR, que segundo ele estava destinada ao fracasso (FMR não é um corrector de erros mas sim um coveiro que procura enterrar o passado). Na prática FMR também rejeita o conceito de partido de vanguarda de Lenine e o terror vermelho contra a burguesia e a contra-revolução que começou com Lenine e não com Stalin. A defesa paternalista e vazia do leninismo por parte de FMR (para quem Lenine é um "pobre coitado" ingénuo que fracassou) é semelhante aos intelectuais burgueses que reduzem Marx a um pregador de sermões moralistas contra as injustiças do capitalismo, escondendo tudo o que de revolucionário existe em Marx.
De seguida, publicaremos por partes mais ou menos breves, citações de FMR, comentários nossos e discussões críticas sobre as suas ideias.
Isto foi muito totó, vou agora ler a segunda parte
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