Avançar para o conteúdo principal

3 condições mínimas para se estabelecer um diálogo construtivo entre o Alavanca e as bases revolucionárias do PCP

1 - Colocar a discussão de um programa revolucionário na ordem do dia, em primeiro lugar. O Alavanca delimita comunistas de reformistas tendo como linha vermelha o apoio ao programa oficial do PCP baseado na "democracia avançada" (descaradamente copiado do programa-manifesto do PCF de 1968 com o mesmo nome). Quem apoia o programa da "democracia avançada" não é comunista e não cabe no nosso diálogo. O Alavanca já tem a sua própria proposta de programa estratégico mas considera possível um diálogo com quem tem também uma proposta de programa revolucionário desde que partilhemos dos mesmos princípios (que são os elementos chave do nosso programa estratégico).

2 - Ruptura total e para sempre com o PS e com as geringonças, o PS é o nosso inimigo tal como como todos os outros partidos da burguesia e da pequeno-burguesia e deslocar o centro da luta do parlamento para os locais de trabalho e luta de massas. Qualquer vacilação na oposição ao PS e a geringonças coloca os vacilantes fora do nosso apelo ao diálogo. Não aceitamos que pode haver outro PS mais à esquerda ou outra geringonça mais proveitosa para os trabalhadores. O nosso caminho não é o caminho das "soluções parlamentares", "acordos parlamentares" e "governos de esquerda" na actual sociedade capitalista, o nosso caminho é derrubar o Estado burguês existente - ao qual os traidores imploram de joelhos por migalhas - pela via revolucionária de massas tal como fez o Partido Bolchevique há mais de 100 anos atrás. O PS é o inimigo chave da classe operária precisamente porque o PS é o partido que mais tem a capacidade de enganar os explorados entre os partidos da burguesia. Como dizia Stalin não se pode derrubar o capitalismo sem derrotar a social-democracia dentro do movimento operário.

3 - Assumir a responsabilidade histórica de construir um partido comunista revolucionário desde o zero em Portugal é a tarefa de todos os verdadeiros comunistas sem delegar os esforços desta tarefa a quaisquer representantes ou salvadores vindos da cúpula. Cada comunista das bases revolucionárias do PCP tem de assumir a responsabilidade total pela construção de um partido comunista revolucionário desde o zero porque o comité central e as direcções regionais, todo o aparelho dirigente do PCP, e inclusive a parte da base que o apoia cegamente passaram para o lado burguesia de forma definitiva, eles são e serão sempre inimigos dos verdadeiros comunistas. Se fosse possível ganhar uma maioria revolucionária no PCP um comité central 100% composto de militantes das bases revolucionárias que não fazem parte do CC actual teria de ser constituído e para isso os camaradas revolucionários das bases teriam de assumir essa responsabilidade. Mas não só não acreditamos ser possível ganhar essa maioria quando as eleições de delegados e as reuniões de base já são fraudulentas como não vemos os camaradas das bases revolucionárias virar as costas às suas ilusões com dirigentes da cúpula, dirigentes do CC, vedetas do parlamento e todo o tipo de traidores altamente comprometidos com a política da geringonça. É indispensável para um diálogo do Alavanca com as bases revolucionárias do PCP que haja uma mudança de atitude destes camaradas das bases revolucionárias no sentido de assumirem a tarefa de dirigir e executar todo o trabalho de construir o partido comunista revolucionário desde o zero. A ideia de que pode haver um melhor secretário geral ou comissão política e secretariado recompondo o comité central e as direcções regionais com os dirigentes que já lá estão é tão falsa como a ideia de que pode haver uma melhor geringonça ou um melhor PS. O Alavanca já assumiu as suas responsabilidades de construir um partido comunista revolucionário desde o zero e saudamos e saudaremos quem assuma as mesmas responsabilidade desde as bases revolucionárias do PCP e consideramos que esta tarefa assumida colectivamente e individualmente por cada um de nós é indispensável para o diálogo entre comunistas revolucionários e as suas organizações.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Crítica a Francisco Martins Rodrigues e à sua corrente ideológica - parte 1

Introdução à crítica a FMR e à sua corrente ideológica Nós achamos natural que muitos comunistas honestos - e temos encontrado alguns casos desses ultimamente - julguem positivamente Francisco Martins Rodrigues, numa leitura inicial do seu livro "Anti-Dimitrov", por ignorância e desconhecimento das verdadeiras ideias políticas e ideológicas deste ideólogo que deixou não apenas escritos das suas ideias mas também realmente uma corrente ideológica que ele próprio estruturou em vida e que continua a existir até hoje (em vários grupos políticos que existem em Portugal). E porque acreditamos que a apologia infundada e a ausência de crítica a Francisco Martins Rodrigues (FMR) vem da ignorância das suas ideias achamos melhor começar a nossa crítica anotando citações essenciais do seu pensamento (nos seus artigos essencialmente da revista Política Operária de 1985 em diante) que se pode resumir pelas suas próprias palavras a um "anti-stalinismo de esquerda". Estas citações ...

Crítica a Francisco Martins Rodrigues e à sua corrente ideológica - parte 2

Toda a história dos partidos comunistas deve ser deitada ao lixo segundo Francisco Martins Rodrigues (FMR) FMR em "A Internacional Comunista na Europa"(2004): "Pode assim dizer-se, em balanço final, que a acumulação de forças promovida primeiro, na passagem do século, pelos partidos social-democratas, depois pelos partidos comunistas europeus, foi uma acumulação reformista, negativa do ponto de vista da revolução. O proletariado melhorou a sua condição material, elevou a sua capacidade organizativa, mas não avançou um passo no caminho da subversão da ordem do capital. Foi uma evolução geral, regular, inelutável, que não pode ser atribuída a esta ou àquela circunstância, às manobras geoestratégicas defensivas de Staline, ou às propensões reformistas de um Thorez ou um Togliatti. Tudo se passou como se não houvesse alternativa ao fracasso do projecto comunista na Europa." Fonte da citação: Marxist Internet Archive Aquilo em que FMR acertou Podemos reconhecer que Franc...

Alavanca: Critique du parti communiste d'Israël

Remarque : Nous remercions le camarade Nic Enet pour cette traduction. L'esprit révolutionnaire des partis communistes se manifeste dans le fait que les communistes ne se contentent pas de réformer, d'embellir et de déguiser les injustices de la société actuelle (qui est capitaliste pratiquement partout dans le monde), les communistes luttent toujours pour des objectifs ultimes, la construction d'un monde nouveau et le renversement du monde actuel. Réformer le capitalisme, c'est en fait embellir et déguiser les injustices de la société actuelle, c'est en fait défendre le capitalisme et éterniser l'esclavage salarié des travailleurs. C'est encore plus vrai dans un pays comme Israël, qui, en perpétrant un génocide contre les Palestiniens de Gaza, est un exemple extrême du capitalisme, le plus extrême depuis l'Allemagne nazie. L'État génocidaire d'Israël est un danger existentiel pour les Palestiniens car il veut les exterminer (un large consensus m...