07/01/2014
“Os comunistas desdenham de esconder os seus pontos de vista e objectivos. Eles declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube pela força de todas as condições sociais existentes”.
(K. Marx – F. Engels, Manifesto do Partido Comunista)
A publicação do primeiro número da “International Communist Review” (Revista Comunista Internacional) expressa a necessidade de cooperação entre as revistas teóricas e políticas dos partidos comunistas que têm posições comuns sobre uma série de questões teóricas e ideológicas fundamentais. Esta necessidade amadureceu através da avaliação do período de recuo do movimento comunista internacional, após a vitória da contra-revolução na URSS e nos países da Europa Central e Oriental, bem como através das questões colocadas perante o movimento comunista pelo desenvolvimento de luta de classes moderna.
As medidas tomadas no período anterior para a cooperação e coordenação dos Partidos Comunistas e Operários foram importantes e necessárias. Acreditamos que consistem em feitos substanciais, que apoiamos e iremos apoiar. Foi alcançado um certo nível de discussão, troca de informações e coordenação, de posições comuns e ação sobre vários assuntos.
No entanto, ainda precisamos alcançar um objectivo básico, ou seja, a unidade político-ideológica do movimento comunista na base do marxismo-leninismo, a defesa das conquistas para a classe trabalhadora mundial da primeira tentativa na história de construir o socialismo, bem como da visão comum sobre o caráter das derrocadas e as suas causas, que é uma condição prévia para a superação da profunda crise do movimento comunista, a fim de reavivar o seu objetivo estratégico – o socialismo.
É por isso que avaliamos que paralelamente à continuação da cooperação e coordenação dos Partidos Comunistas e Operários, tal como o seu encontro internacional anual, é necessário reforçar a cooperação entre as revistas marxistas-leninistas teóricas a nível teórico. Não esquecemos que a principal condição para a formação de um partido revolucionário é o domínio da teoria revolucionária, que foi o foco da III Internacional Comunista Leninista, cujo 90º aniversário celebramos este ano. Já desde a primeira edição de seu boletim teórico “The communist international” (A Internacional Comunista), a Comintern delineou os seus princípios organizacionais e as suas posições teóricas.
A “Revista Comunista Internacional” que dá continuidade às tradições de Lenine é uma publicação com um claro carácter político-ideológico. É uma revista com um ponto de vista e não se limita a recolher teses dos Partidos Comunistas, além disso, este último processo é servido por outras publicações correspondentes, como o Boletim Informativo dos Encontros Internacionais de Partidos Comunistas e Operários, assim como publicações de outros partidos. O nosso objectivo é contribuir para a popularização e o desenvolvimento da teoria marxista-leninista por meio da análise ideológica e do posicionamento político sobre os desenvolvimentos modernos do capitalismo e as questões da luta de classes. Acreditamos que a aplicação da orientação marxista-leninista dentro do movimento comunista e operário internacional é uma pré-condição para a sua reorganização necessária.
As revistas teóricas e políticas dos PCs que cooperam com a publicação da “International Communist Review” juntaram-se com base na nossa visão comum sobre as principais questões do movimento comunista internacional, a defesa dos princípios do marxismo-leninismo, do internacionalismo proletário, da necessidade de uma revolução socialista, da ditadura do proletariado e da construção de uma sociedade socialista.
Reunimos as nossas forças para contribuir para a reorganização teórica e ideológica do movimento comunista internacional em uma base marxista-leninista estável, apesar das nossas diferentes abordagens de questões tácticas e estratégicas.
Para destacar expressamente o papel de vanguarda da classe operária no processo revolucionário, em condições em que uma série de forças contesta os critérios marxistas-leninistas de pertença à classe operária, e conseqüentemente, a sua posição de liderança na luta pelo progresso social e na transição revolucionária do capitalismo para o socialismo também.
Para defender os princípios leninistas no partido, em condições de crescente pressão sobre os partidos comunistas para a sua incorporação ao sistema capitalista.
Para mostrar a necessidade de lutar contra as uniões imperialistas, como o FMI, a NATO, a UE, etc.
Para defender a experiência histórica do movimento comunista internacional, certamente sem rejeitar a crítica necessária e as conclusões científicas que ajudarão o movimento comunista internacional moderno a dar um passo adiante. Achamos necessário seguir o caminho das tradições revolucionárias da Comuna de Paris, da Revolução Socialista de Outubro, da Internacional Comunista e da experiência socialista da URSS e dos outros países.
A reorganização teórica e ideológica do movimento comunista internacional não pode ser realizada sem um confronto firme contra as correntes que actuam dentro do movimento operário como a social-democracia, todos os tipos de oportunismo dentro do próprio movimento comunista, revisionismo, reformismo, nacionalismo, cosmopolitismo do capital e liberalismo.
Assim, expomos abertamente a nossa posição, a nossa visão e a nossa crítica do recuo e da distorção existentes do marxismo para todo o movimento comunista internacional e contribuímos para o início de uma discussão substancial dentro das suas fileiras para a sua orientação teórica e ideológica. Nós endereçamos esta declaração a todas as revistas teóricas dos PCs que apoiam os princípios acima mencionados e que desejam contribuir para este esforço.
Julgamos necessário dedicar o 1º número da “International Communist Review” à actual crise económica mundial do capitalismo, que revela os limites históricos do sistema capitalista e acumula material explosivo que pode contribuir para os processos revolucionários nos anos seguintes.
A crise atual confirma o significado da obra exclusivamente teórica de K. Marx “O Capital”. Revela como a questão fundamental (na vanguarda fundamental do trabalho teórico) a sua compreensão criativa, ou seja, a conquista em profundidade das leis de desenvolvimento da economia capitalista, para que possamos analisar fenómenos que não se desenvolveram plenamente na era de Marx, como as novas formas de circulação do capital monetário, os novos meios técnicos que aceleram a disseminação de informações e transações.
A visão e análise marxista-leninista de tais fenómenos é decisiva para tirar conclusões da luta política para a classe operária de cada país e internacionalmente, para o fortalecimento da frente ideológica e política contra as propostas reformistas e oportunistas de racionalização do capitalismo.
Esperamos que os artigos a seguir, publicados nesta revista, contribuam nesse sentido.
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